ATA DA NONA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 12.04.1988.

 

 

Aos doze dias do mês de abril do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Nona Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Antônio Augusto dos Santos, concedido através do Projeto de Resolução nº 54/87 (proc. nº 2651/87). Às dezessete horas e dezesseis minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Frederico Barbosa, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Delegado Airton Kneipp, Assessor Especial do Chefe de Polícia, representando o Delegado Eduardo Pinto de Carvalho; Jorn. Fermino Cardoso, representante da Associação Rio-Grandense de Imprensa; Sr. Vlamir Rosa da Costa, Diretor Comercial do Sistema de Rádio Bandeirantes; Jorn. Antônio Augusto dos Santos, Homenageado; Sra. Isolda dos Santos, esposa do Homenageado; Ver. Lauro Hagemann, 3º Secretário da Casa. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Nilton Comin, como proponente da homenagem e em nome das Bancadas do PMDB, PDS, PDT, PL e PC do B, discorreu sobre a vida do Homenageado, ressaltando a amizade que sente por S. Sa. e sua importância como homem das comunicações, área onde hoje atua, na TV e Rádio Bandeirantes, como comentarista esportivo. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PCB, saudou o Homenageado, dizendo da facilidade que sente para falar na presente Sessão, não apenas por ser amigo do Jorn. Antônio Augusto dos Santos mas por também ser um profissional das comunicações. Falou do muito que os porto-alegrenses devem ao Homenageado, por seu trabalho como jornalista e radialista que sempre exerceu suas atividades com seriedade e brilhantismo. E o Ver. Frederico Barbosa, em nome das Bancadas do PFL e PT, falou de sua satisfação por participar desta homenagem, em face da presença sempre correta e marcante do Jorn. Antônio Augusto dos Santos no noticiário esportivo. Registrou que essa Casa realizará um Seminário de Esportes, no próximo mês. Após, o Sr. Presidente convidou os Vereadores Nilton Comin e Lauro Hagemann a procederem à entrega, respectivamente, do Título Honorífico de Cidadão Emérito e do Troféu “Frade de Pedra” ao Jorn. Antônio Augusto dos Santos e concedeu a palavra a S. Sa., que agradeceu a homenagem recebida. Em continuidade, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e quatro minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Frederico Barbosa e Lauro Hagemann e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada e presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Dou por abertos os trabalhos da presente Sessão Solene. Está com a palavra o Ver. Nilton Comin pelas Bancadas do PMDB, PDS, PDT, PL e PC do B.

 

O SR. NILTON COMIN: Vereador Frederico Barbosa, 1º Vice-Presidente desta Casa, no exercício da Presidência; Jornalista Antônio Augusto dos Santos, nosso homenageado; Sra. Isolda dos Santos, esposa do homenageado; Delegado Airton Knaid, assessor especial do Chefe de Polícia, representando o Delegado Eduardo Pinto de Carvalho neste ato; Jornalista Firmino Cardoso, representante da Ari; Sr. Vlamir Rosa da Costa, Diretor Comercial do Sistema de Rádio Bandeirante; Vereador Lauro Hagemann, Terceiro Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhores Vereadores; Homenageado; Amigos de Antônio Augusto dos Santos.

Esta Casa, a Câmara Municipal de Porto Alegre, está, neste ano de 1988, fazendo 214 anos de atividades. É o povo de Porto Alegre que inicialmente elegia seus conselheiros para, aqui nesta Casa, representá-los.

Hoje, elege seus Vereadores, Conselheiros de ontem, Vereadores de hoje, para fazer a sua representação.

Das suas múltiplas atividades, essa Casa concede uma série de títulos honoríficos a cidadãos que pelo trabalho, pela dedicação, por tudo aquilo que fizeram por esta cidade, merecem uma homenagem especial.

É o caso, hoje, de Antônio Augusto dos Santos, jornalista, o homem que veio lá de Marcelino Ramos para Porto Alegre estudar no Instituto Porto Alegre.

Antônio Augusto, desde cedo, embora tivesse estudado Ciências Econômicas, logo foi ao jornalismo. Em 1961, Antônio Augusto ingressava na Rádio Difusora e depois todas as emissoras do Rio Grande do Sul, tiveram em Antônio Augusto um homem especial. Antônio Augusto, hoje, na Bandeirantes, é uma figura especial dentro do esporte do Rio Grande do Sul. Por que ele é uma figura especial? Porque ele criou coisas importantes no esporte, rádio, na televisão do Rio Grande do Sul. Quando alguém liga um rádio e ouve uma pessoa dizendo assim: “estamos chegando”, não há dúvida que é o Antônio Augusto, ou quando pega o final daquele seu vasto programa, e ouve: “estamos indo embora”, é o Antônio Augusto que está indo embora e com ele milhares e milhares de ouvintes que o acompanham, com uma grande compenetração, porque ali está a notícia, ali está a informação de tudo aquilo que se faz no esporte.

Antônio Augusto, meu querido amigo Totonho, eu tive o prazer de conhecer a tua terra. Eu era garoto, morava em Passo Fundo, e junto com minha mãe eu fui numa romaria da nossa padroeira Nossa Sra. Salete, lá em Martim do Ramo... Passamos uma noite viajando no Maria-Fumaça, aquele trenzinho que vai devagarinho, mas vai chegando lá. Lá naquele morro alto, junto com os romeiros, naquela fé muito grande, eu, garoto, conheci a sua terra. Depois, chegando a Porto Alegre, a convite de Humberto Rugan, meu particular amigo, eu entrei no São José e, aqui temos a honra de ter elementos da maior expressão do São José, como é o meu querido Miguel Alves e o professor Clécio Zanque.

E entrando no São José, eu comecei a participar, com Antônio Augusto, dos seus programas de esportes. O Antônio Augusto é uma figura, assim, excepcional, porque ele faz um Rádio exatamente para o povo, para aquele homem que trabalha na fábrica à noite, é para o guarda, para o homem do táxi, para a costureira, para aquela pessoa que, trabalhando o dia inteiro, quer chegar em casa e quer ouvir as últimas notícias da noite e as primeiras do outro dia. E ali, ligado no Antônio Augusto, ele com seu fichário famoso, já, inclusive, houve muitas divergências e o Antônio Augusto sempre resistiu com seu fichário, é onde ele tem quase tudo anotado de todo o Brasil.

Eu quero contar, aqui, uma passagem da minha vida esportiva, do São José, relativa ao Antônio Augusto. Junto com Miguel Vasco Alves, com Clécio Zangue, nós, num Clube menor do futebol gaúcho, sempre palmilhamos as estradas das dificuldades. E os times da 2ª divisão, quando jogam fora, quando jogam distante de Porto Alegre, como o São José sempre o faz, nós queremos saber os resultados dos nossos adversários. E como é que nós vamos saber os resultados dos nossos adversários? É ligando no Antônio Augusto. Então nós jogávamos uma partida, lá em Livramento, com o 14 de Julho, que é o Leão da Fronteira, e lá em Livramento geralmente os jogos com o 14 de Julho são jogos que dão boas rendas, porque têm os uruguaios e geralmente os estádios ficam lotados, terminou o jogo, um jogo muito difícil, muito lutado, em zero a zero. Na volta a Porto Alegre, de Livramento a Rosário, nós ligamos o Antônio Augusto. Os jogadores pediram e o motorista sintonizou o rádio e veio o Antônio Augusto: “Futebol da Capital, Grêmio tanto, fulano tanto”. Antônio Augusto esgota, como só ele o faz e só ele o sabe fazer. Goleadores, quantos gols fez em tal partida, e nós ligados no Rádio, ouvindo atentamente. Depois que Antônio Augusto terminou de falar sobre rendas, receitas, números de pessoas presentes ao estádio, Antônio Augusto começa a falar do futebol de outros Estados, futebol catarinense, e vai o Antônio Augusto no futebol catarinense; futebol paranaense, e vai o Antônio Augusto no futebol paranaense; futebol paulista, futebol carioca, futebol capixaba, futebol goiano, Brasília, Minas Gerais, o Nordeste, e lá vai Antônio Augusto. E aquele ônibus vai indo devagarinho, e vai o Antônio Augusto. E nós aflitos, pois queremos saber os resultados da partida, e pensamos: agora o Antônio Augusto vai dar. Futebol na América do Sul, vai à Argentina: River Plate 3, New Old Boy 1; Uruguai: Peñarol 4, Nacional zero; Paraguai, Equador, e para o Antônio Augusto fica difícil dizer como é que foram os nossos adversários. Aí o Antônio Augusto diz: agora o futebol europeu: Portugal, Porto 2, Belenense zero. Espanha, Barcelona; Inglaterra; Alemanha, Bayern de Munique 2, Prússia zero; Rússia, Dínamo de Moscou 1, Dínamo de Kiev zero, e o ônibus está próximo e o Antônio Augusto não termina esse futebol mundial dele. Até que chega o momento dos resultados da segunda divisão! E atenção, segunda divisão! Aí grita um companheiro, atleta, que está no banco de trás: “Põe o rádio mais alto!” E o Antônio Augusto dá os resultados. De uma feita, o São José, na época em que o Miguel era nosso diretor, foi campeão da Taça Governador, que era, naquela época – e o Antônio Augusto sabe muito bem – um dos títulos mais importantes, e nós fomos jogar na Argentina, fomos inaugurar um estádio em Tandil, que é no centro da Argentina, e depois fomos jogar nas províncias de Neuquen, na cidade de Cipoletti. E quem foi conosco, naquela época, foi o treinador Aparício Viana da Silva. E o Aparício tinha um baita rádio, que não sei se pegava muita coisa, mas nós, na praça, queríamos saber notícias do Brasil. “Olha aqui, coloca aí no Antônio Augusto, vê que hora vai pegar, o Antônio Augusto tem que aparecer!” E lá nós ouvíamos o Antônio Augusto. Sempre naquele espírito dele de informar. Porque uma coisa importante para dar notícia é saber exatamente a quem o Antônio Augusto vai dar a notícia. Ele sabe exatamente a quem vai dá-la e ele a leva de uma tal maneira que todo mundo fica ligado. Foi como eu disse a vocês aqui, que nós levamos uma hora de Livramento a Rosário, para saber uma notícia de esportes. Muitas vezes, o Antônio Augusto faz coisas incríveis. Eu me lembro que, numa Copa do Mundo, uma noite, o Antônio Augusto resolveu que queria falar com o Telê Santana. Tinha algumas notícias para perguntar e outras para repassar. Telefonou para a casa do Telê. Atenderam ao telefone. Era a empregada, Dona Maria. O Telê não estava, ele perguntou a ela onde poderia encontrá-lo. A Dona Maria informou que ele tinha saído para jantar num restaurante, o Capri. Daí a um pouco, o Antônio Augusto faz nova ligação, para o Restaurante Capri. Falou primeiro com o Gerente. Pergunta o Antônio Augusto: “O Telê está aí?” O Gerente: “Vou passar para o salão do restaurante”. Passou e lá atendeu o garçom. Pediu o Antônio Augusto para o garçon: “Me chama o Telê aí”. Pergunta o garçom: “Mas quem é o senhor?” E ele responde: “Eu sou o Antônio Augusto”. Depois de tudo isto, vem o Telê e recebe as notícias. Então, o Antônio Augusto faz tudo isto para levar a notícia ao homem do esporte, para que ele tenha, exatamente, dados sobre quem vai jogar, como e quando. De uma certa feita, no esporte do Rio Grande do Sul, o Antônio Augusto fez uma que eu achei notável: casou um jogador do Grêmio Futebol Porto-alegrense. Casou à tarde e conseguiu dar um beijo na sua esposa à tarde, porque o segundo ele não pôde dar, pois o Antônio Augusto estava lá do lado dele. Entrou em contato com o hotel em que estava hospedado o jogador, falou com a esposa dele e foi lá. Então ele faz tudo isto para levar a notícia para aquela pessoa que o ouve. E a fidelidade da notícia está, exatamente, no comportamento ético e moral que o Antônio Augusto tem. Antônio Augusto, esta homenagem é uma homenagem de todos os Vereadores da cidade de Porto Alegre. Muitos estão aqui, presentes, outros, trabalhando em comissões, nesta Casa, mas o voto dado para a proposta deste Vereador, foi colhido por unanimidade, porque todos o conhecem, todos sabem do teu trabalho, sabem das tuas dificuldades, e da grande luta que tu, a D. Isolda, teus filhos, que te acompanham, devo dizer que a torcida do esporte do Rio Grande do Sul te acompanha. E posso dizer também pela sintonia que o Antônio Augusto tem na Bandeirantes, fora grande emissora que é a rádio, a grande organização, é o Antônio Augusto aquele homem notável, que informa a todo momento, e que faz uma coisa que, nós, os clubes menores, da segunda divisão, entendemos como altamente proveitoso para o futebol. Os árbitros, aqui presentes, ele informa detalhes da associação dos árbitros, informa o futebol da várzea, de Porto Alegre, do interior do Estado, e tudo é o programa do Antônio Augusto que informa. Domingo estava ouvindo, e todas as outras emissoras já haviam encerrado, e eu acompanho, sou do ramo, as informações, o Antônio Augusto dizia assim: “não, mas eu acho que tem alguma notícia que não dei, não, esta já dei”. É o Antônio Augusto um homem cuidadoso, porque no momento em que dá as informações de todo o Brasil ele está repassando as informações para aquele conterrâneo de Minas Gerais, irmão nosso de Goiás, até para a Europa ele está passando a notícia. Então, esta Casa, Antônio Augusto, D. Isolda, André, ela presta uma homenagem a um trabalho de algumas décadas, a um homem simples, um comunicador honesto, correto, e nos Anais desta Casa, que têm 214 anos, aqui estão sendo registrados, neste momento, palavra a palavra do que foi dito hoje, dia 12 de abril de 1988, quando a Câmara da cidade de Porto Alegre, que representa um milhão e trezentas mil pessoas, está homenageando um homem do Esporte. Antônio Augusto dos Santos. Sou grato. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedo a palavra ao Ver. Lauro Hagemann, pelo PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Exmo. Sr. Ver. Frederico Barbosa, no exercício da Presidência da Casa, Sr. Vlamir Rosa da Costa, Diretor Comercial do Sistema de Rádio Bandeirantes; Delegado Airton Kneipp, Assessor Especial do Chefe de Polícia, representando o Delegado Eduardo Pinto de Carvalho, neste ato, prezada Sra. Isolda dos Santos, esposa do homenageado; meu companheiro Jornalista Firmino Cardoso representando a Associação Rio-grandense de Imprensa; meu prezado colega Antônio Augusto dos Santos. Senhores Vereadores, convidados, senhoras e senhores.

Para mim não é muito difícil falar sobre esta figura humana de inexcedíveis qualidades, não só como cidadão, mas, sobretudo, como profissional da área do rádio que tantos e tão brilhantes serviços tem prestado à coletividade desta Cidade, deste Estado e do País. Conheço Antônio Augusto desde os tempos em que ele veio para Porto Alegre, na antiga Rádio Difusora, já lá vão quase 30 anos.

Antônio Augusto ajudou a construir o nosso Sindicato em 1962, logo depois da sua vinda para Porto Alegre. Antônio Augusto cumpriu a sua rota indo para a Gaúcha, depois para Guaíba, onde ficou muito tempo e onde como colegas nos encontrávamos todas as noites, um saindo, outro chegando, depois Antônio Augusto foi para a “Gaúcha”, voltou para a “Guaíba” e, hoje, está na “Bandeirantes”.

Conheço a saga de Antônio Augusto, conheço o início da sua atividade como o estatístico do mundo esportivo, começado por uma figura que nos é muito querida, Rui Vergara Correa. Para alguns que hoje assistem a esta Sessão, pode parecer nostálgica a recordação desses nomes, mas para alguns de cabelos prateados a evocação de alguns nomes significa um pedaço da nossa história, da história do rádio de Porto Alegre, do rádio do Rio Grande do Sul. E o Antônio Augusto foi o protagonista, foi partícipe de muitos episódios importantes, por isso, eu dizia que não me é muito difícil falar de Antônio Augusto como pessoa humana, como profissional, como colega fraternal e ele, às vezes, pagou caro por esta fraternidade, muitas vezes não foi compreendido e ele sabe bem e eu também sei, porque como eventual Presidente do sindicato da categoria, muitas vezes ouvi, dele próprio, as advertências que ele sofria e sofreu por querer desempenhar com uma correção que lhe é peculiar, a sua atividade profissional.

Por isso, Antônio Augusto, quando a cidade, através da sua Câmara de Vereadores, resolve encampar o projeto do Ver. Nilton Comin, esportista, ela não está fazendo nada mais do que justiça, considerando Antônio Augusto como Cidadão Emérito desta comunidade, que muito lhe deve, porque os seus programas, seja em que emissora ele estiver, são acompanhados com muito carinho, com muita atenção. É o jornalista, é o radialista que exerce a sua atividade com o senso absoluto de critério e de justeza. Antônio Augusto não inventa as notícias; Antônio Augusto refere números. E a sociedade que o recebe em sua casa, seja em que hora for, o recebe bem, recebe como uma pessoa amiga que vem trazer aquelas informações que todos gostariam de receber. Por isso, Antônio Augusto, não vou-me alongar, a tua figura humana fala por si só e para nós, desta Casa, é sumamente honroso conceder-te este título de Cidadão Emérito e de ter entre os cidadãos privilegiados dessa comunidade privilegiada. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Concedo a palavra ao Ver. Frederico Barbosa, que fala em nome do PFL e do PT.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Exmo. Sr. Ver. Lauro Hagemann, Secretário da Mesa Diretora desta Casa, no momento presidindo os trabalhos desta Sessão Solene; meu prezado Antônio Augusto, nosso homenageado; D. Isolda; meus caros Augusto e André Frederico; Del. Airton Kneipp, Assessor Especial do Chefe de Polícia, representando o Del. Eduardo Pinto de Carvalho neste ato; Jorn. Fermino Cardoso, representando a Associação Rio-Grandense de Imprensa; prezado Sr. Vlamir Rosa da Costa, Diretor Comercial do Sistema de Rádio Bandeirantes; meu prezado Paulo Sérgio Pinto, Diretor Comercial da Cia. Jornalística Caldas Júnior; prezados amigos vinculados à área do esporte no Rio Grande do Sul – e vejo aqui o Jorn. José Enedir, de “Zero Hora”, o nosso Enio Mello, Dr. Germano, Jair Cunha Filho, a dupla Martins, Carlos e Luiz, com que tive a honra de trabalhar durante 7 curtos meses, mas que me ensinaram muito da vida do dia-a-dia daqueles que enfrentam tanta coisa dentro de um campo de futebol – prezados amigos vinculados à área do Esporte. Meus Senhores, minhas Senhoras, Srs. Vereadores. É com muita honra que, de um lado, reivindiquei hoje, pela manhã, ao meu Líder Ver. Raul Casa, a possibilidade de minha indicação para falar rápida e objetivamente neste ato em que homenageamos Antônio Augusto na Casa do Povo de Porto Alegre. E de outro lado, agradeço honradamente, sou indicado para falar em nome do Partido dos Trabalhadores, o PT. Me parece que o que desejo resumir neste pronunciamento muito rápido acontece na própria indicação, de um lado fazendo parte da Bancada do PFL, falo em nome do Partido da Frente Liberal, de outro, sou indicado pelo Partido dos Trabalhadores. Sem dúvida nenhuma a figura que ora homenageamos extrapola a qualquer divergência ou a qualquer discussão ideológica, ou partidária, porque, no meu modo de ver – já citado pelos oradores que me antecederam – a figura de Antônio Augusto, o trabalho de Antônio Augusto, a atuação de Antônio Augusto está voltada e atinge – isto é importante – a todas as camadas sociais. E há pouco, antes da Sessão, eu ainda dizia, até pelo horário em que trabalha, até pelo horário em que atua, porque, por exemplo, na representação que faço dos trabalhadores certamente é um dos poucos horários em que – mesmo cansado – o trabalhador ao lado de um radinho pequeno consegue, na hora de dormir ou um pouco antes, participar daquilo que todo o povo gaúcho, todo o povo brasileiro, homens e mulheres, uns mais, outros menos, querem saber que é a vida do esporte em todo nosso País e como disse o Ver. Nilton Comin, muitas vezes fica sabendo antes pelo Antônio Augusto a vida do esporte no mundo.

Portanto, Antônio Augusto, eu que vendo teus filhos, sou obrigado, por força das circunstâncias, a lembrar o meu, consultei a ele, que já convidado por alguns participou de programas esportivos e debates que existem na Cidade, porque vive, vive o esporte, muito especialmente o Grêmio com o futebol que hoje lá está jogando; consultei a ele que estava fechado – como mania – em seu quarto sem poder ser importunado nas horas específicas em que assiste e ouve os debates como, por exemplo, ontem, assisti ao Paulo Sérgio Pinto debater com o Hoffmeister. Perguntei a ele, que não pôde aqui comparecer porque está no seu curso de inglês, qual a opinião para um discurso de improviso e rápido que eu desejava fazer hoje reivindicando a minha presença na tribuna para homenagear Antônio Augusto. Ele me resumiu como um especialista, um homem versátil e um homem com marca registrada. Anotei para focalizar as poucas palavras que desejo concluir em breve, dizendo que realmente cheguei à conclusão de que apesar de me censurar porque muitas vezes sabendo de seus compromissos de manhã cedo não o deixo seguir adiante e outras vezes apago o rádio porque ele dormiu no meio do caminho. Apanhei o especialista porque realmente estamos diante de um especialista dentro daquilo que é a sua especialidade que é saber levar ao povo as notícias e as coisas do esporte como o povo deseja recebê-lo; simples e objetivamente. Um homem com marca registrada como citou o Ver. Nilton Comin, é o “estamos chegando e o estamos indo embora” e entre isso existe um sem número de afirmações e posicionamento, de procura e de busca incessante atrás da notícia que faz com que exista um carinho dentro da radiofonia esportiva do Rio Grande do Sul, que se chama Antônio Augusto. Um homem público porque certamente todos nós temos a obrigação, por força de nossa função, de levar informações, participamos dos lares e muitas vezes e certamente o Antônio Augusto participa mais dos lares gaúchos, dos lares brasileiros, que nós, por força do mandato que somos os homens públicos por excelência – entre aspas – no sentido de serem os políticos os homens públicos. Dedicado sim e me parece que, através do trabalho e da sua invenção de catalogar dados, muito ganhou o rádio esportivo do Rio Grande do Sul desde o início – se não me engano lá na Rádio Guaíba do seu desejo, da sua idéia e quem sabe da sua mania de começar a guardar dados para compor aquilo que hoje é muito mais na sua cabeça do que qualquer arquivo que possas escrever, o grande arquivo e a grande história com pequenas notícias que fazem a vida do esporte gaúcho. Ao anotar esses dados, simbolizo Antônio Augusto como o sol e seus raios convergindo apenas para que me lembrasse da figura, é a convergência de ouvintes de apreciadores e de amantes da arte do esporte que, numa Sessão como esta, tem que voltar a ser a arte do esporte que queremos para todos e para os nossos filhos e às novas gerações. Antônio Augusto faz com que ele seja o pólo de convergência de toda a população: ricos e pobres. Certamente, o radinho ainda é o grande encontro entre a notícia e a população. Exatamente ali, seja de que tamanho, desde que as pilhas estejam em condições, ele leva Antônio Augusto aos nossos lares e não abrimos mão de vê-lo e ouvi-lo com as notícias e informações.

Meus cumprimentos ao autor do Projeto. Certamente a Casa fica feliz quando vê um companheiro pinçar, junto à população, um nome que tem representatividade no sentido de conseguir lotar este Plenário, às dezoito horas. Num dia feio, de muito trabalho para todos, a Câmara já em sua terceira Sessão, deixa a todos satisfeitos, porque mais uma vez nos parece que o capítulo do Regimento Interno que contém homenagens está cumprido ao pé da letra: escolher alguém que tenha realmente se destacado na comunidade, no seu setor de atividade. Nisso, não há dúvida, Antônio Augusto é um expoente do rádio esportivo do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Dentro em breve, esta Casa realizará o primeiro “Seminário de Esportes sobre a Cidade de Porto Alegre”. E tenho absoluta certeza de que a Comissão que ainda esta semana irá começar seus trabalhos não deixará, ouso dizer, de ouvir figuras como Antônio Augusto e pedir a sua opinião, figuras que aqui estão e que tem representatividade maior do esporte do Rio Grande do Sul.

Portanto, meus cumprimentos, Ver. Nilton Comin, pela escolha, e a satisfação de ter, em nome do PT e da minha Bancada, o PFL, ter podido saudar Antônio Augusto, grande figura do rádio esportivo de nossa terra. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido, a seguir, o Ver. Nilton Comin, autor da presente homenagem, a fazer a entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Antônio Augusto dos Santos.

Convido a todos para, em pé, assistirmos à entrega do título.

 

(O Ver. Nilton Comin faz a entrega do título.)

 

O SR. NILTON COMIN: É isto que o Antônio Augusto merece no dia de hoje. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Meus senhores e minhas senhoras, há pouco tempo atrás a Câmara Municipal, através da sua Mesa Diretora resolveu entregar a todos os homenageados o troféu Frade de Pedra que traduz o apreço da população de Porto Alegre a todas as pessoas que, de alguma forma, prestam serviços à comunidade. Historicamente traduz a hospitalidade rio-grandense, uma vez que representa o símbolo da fraternidade e de boas-vindas.

Em nome da Mesa Diretora da Casa, com a presença do autor, aqui, solicito ao Ver. Lauro Hagemann que faça a entrega do troféu Frade de Pedra a Antônio Augusto.

 

(O Sr. Lauro Hagemann faz a entrega.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Jornalista Antônio Augusto, nosso homenageado.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO DOS SANTOS: Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr. Alceu Collares; Sr. Presidente desta Câmara Municipal, Dr. Brochado da Rocha; Senhores Vereadores e Bancadas, especialmente meu amigo, Vereador Nilton Comin; Senhoras e Senhores Convidados; Meus Amigos.

Agradecer a concessão deste Título é tarefa ao mesmo tempo agradável e difícil. Agradável porque nos envaidece e estimula; difícil porque nos obriga a continuar evoluindo nesta profissão muitas vezes mal amada e mal compreendida.

A iniciativa do Dr. Comin, que é notável bioquímico, reconhecido desportista e eficiente e respeitado Vereador, nos impõe a noção do que devemos aperfeiçoar cada vez mais esse nosso ofício, esta nossa opção no rádio esportivo. É mais um estímulo para o nosso trabalho de microfone, que sempre objetiva o resultado plural, alcançando aqueles que estão nos acompanhando e respeitando desde o início, independentemente do prefixo.

Já são quase três décadas de profissão, onde não são tomados posicionamentos clubísticos: não há realce de um, esquecimento de outro.

Sendo uma opção no rádio esportivo, resolvemos fazer um trabalho preciso, buscando os números e dados verdadeiros, discriminando os “chutes” e inverdades.

Admiradores e adversários todos temos em qualquer profissão. Felizmente os primeiros representam a maioria considerável, e os últimos uma saudável e amigável competição.

Mas pouco disso teria sido possível se além do nosso trabalho e dedicação, não contássemos com o apoio dos colegas de retaguarda, das equipes técnicas e dos nossos patrocinadores.

Queremos agradecer a presença de todos que aqui estão. São colegas, ex-colegas, colaboradores, ouvintes, familiares e amigos.

Por fim, nosso humilde e comovido agradecimento aos Vereadores desta Casa. Privilégio o nosso de conhecê-los em sua quase totalidade.

Muito nos honra saber que a iniciativa do Vereador Nilton Comin foi aprovada por unanimidade. Esta unanimidade nos engrandece e nos emociona.

Não diminuiremos o ritmo das nossas atividades, não nos acomodaremos. A homenagem que estamos recebendo nos estimula a continuar nossos trabalhos sempre com a mesma seriedade. Estaremos sempre prontos para ouvir às críticas, apreciar as sugestões e agradecer os eventuais elogios. Autoridades, Vereadores, convidados, amigos presentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Meus senhores e minhas senhoras, ao concluir esta solenidade certamente não vou repetir o pronunciamento que realizei, mas não poderia deixar de agradecer, em nome da Casa, agora em nome da Mesa Diretora dos trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre, a presença de todos os senhores e acrescentar um dado, que tenha feito invariavelmente nos finais de Sessões Solenes por mim presididas, o importante capítulo das Sessões Solenes. Na inteligência da escolha do homenageado, pelo autor do Projeto, na presença do homenageado, com o seu prestígio, a Câmara Municipal, mais uma vez, como já disse, tem seu Plenário repleto. Um segmento que, certamente por força de suas atividades profissionais, normalmente não acorre à Casa do Povo para assistir ao que acontece. Para nós, é extremamente gratificante ver este Plenário, mais uma vez, repleto, homenageando uma figura tão querida da cidade de Porto Alegre.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h04min.)

 

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